quarta-feira, 30 de setembro de 2015

60 dias

Foram os 60 dias mais maravilhosamente caóticos da minha vida. O amor que se sente por 3 seres perfeitinhos e tão nossos é algo que não tem uma palavra que o defina. Quando olho para os meus filhos às vezes até penso que é mentira, que eu não merecia tamanha felicidade.
E por falar em felicidade, e porque sei que a felicidade não é absoluta, mas que se revela em bocadinhos, nunca tive tantos pedacinhos tão felizes como nestes últimos 60 dias. Assistir à cumplicidade daqueles dois que se riem com os olhos quando o ZM arrebita é uma imagem que vou levar comigo pela vida. Meus queridos filhos pequeninos, se soubessem o quanto fazem esta Mãe feliz, o quanto se sente sortuda por vos ter calhado na rifa!
O Zé Maria foi a cereja no topo do bolo para a família que sempre quis, e com que sempre sonhei. E é por isso que me sinto tão abençoada por estes últimos 60 dias. Porque nunca mais na minha vida vou ter dias tão intensos, tão cheios, tão densos de amor. Foram dias inteiros, 24 sobre 24 horas, a viver a minha família. Mais um mês e recomeço a trabalhar. Vai ser dureza, tenho a certeza...mas um mês ainda dá para aproveitar o melhor de mim, o melhor do meu mundo. Se me perguntarem se pensámos bem antes de ter 3 filhos? Na verdade não...mas não mudava nada do que tenho, nem por um segundo! Obrigada meu querido filho, por me mostrar ainda mais o quão somos especiais (uns para os outros!)
 

 

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Lua de Leite

Sabes que estás numa Lua de Leite* imperdível (com mais duas crias deliciosas pelo meio) quando...
1 - Já não te lembras da última vez que tomaste um banho que durasse mais de dois minutos;
2 - Já não sabes o que é dormir mais de duas horas seguidas;
3 - Já não consegues estar sentada no sofá mais de dez segundos sem ouvires um filho a choramingar;
4 - Já não sais à rua sem demorares uma eternidade a preparar a tralha...e depois já são horas de mamar...
5 - Já não sonhas com a tua época de solteira, porque parece que aconteceu noutra vida;
6 - Já não olhas ao espelho antes de sair de casa...porque é inevitável: as tuas olheiras vão até ao chão, cheiras a leite de bebé e estás sempre cheia de nódoas;
7 - Já não vais ao blog há mais de uma semana, quando vais já passa da meia-noite, e tens pelo menos uma dúzia de posts inacabados, porque simplesmente adormeceste em cima do computador;
8 - Já não falas ao telefone por mais de dois minutos sem teres que mandar um berro para o lado, porque os teus filhos estão pegados, com o bebé ali colado.
9 - Já não te recordas da última vez que passaste mais de um mês sem ires às urgências com um vírus instalado ou com uma cabeça rachada;
10 - Mas já não te importas com os quilinhos que ganhaste, quando vês aquilo que conquistaste;
 
Sabem que mais, I really don´t care! Esta Lua de Leite tem-se revelado absolutamente maravilhosa, ainda que com todo este caos instalado e com o café redobrado...as doses de amor ao cubo têm tudo compensado!
 
É certo e sabido: daqui a uns anos ainda vou ter muitas saudades desta querida Lua de Leite!
 

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

O que é que se fazia ao tempo?

De certeza que todas nós já nos perguntámos, agora que somos Mães, o que é que fazíamos ao tempo antes de a nossa vida levar esta volta de 180º. Ainda no outro dia os miúdos foram para a quinta com as Avós. Foram 3 dias em que ficámos só os 3 em casa. O ZM, o Pai, e eu. Oh meu Deus, como tudo foi tão fácil! Dormia quando o bebé dormia, tinha tempo para mim, e ainda para me derreter com o ZM. As refeições eram feitas a horas, tudo corria sobre rodas. E tínhamos um bebé em casa! Piece of cake! É que eu já nem me lembro da minha vida a.f. (antes de filhos). Das minhas manhãs sossegadas que, na altura, me pareciam atarefadas. Das minhas horas de almoço relaxadas. Dos meus fins de tarde e serões bem serenos. Se tenho saudades? Tenho pois! Se prefiro a minha vida de agora? Um milhão de vezes! A verdade é que como tenho muito menos tempo livre, dou muito mais valor quando ele chega.
Tomar um banho sem ninguém bater à porta ou entrar, é um luxo que já nem me consigo lembrar. Até acho que já ia estranhar...Devorar um bom livro em 3 dias? Passou a ser em 3 meses, mas leio-o na mesma até ao fim! No fundo, toda esta falta de tempo já passou a fazer parte de mim.
Agora que tenho 3 filhos e 2 braços, a minha vida dava uma paródia. Ontem dei por mim a lavar os dentes a um, com o outro ao colo, e ainda a tirar os sapatos ao Sebastião com o meu próprio pé. Parece mentira, não é? Mas a verdade é que na altura nem se pensa, flui tudo naturalmente. A Natureza humana tem essa magnifica capacidade de se adaptar na perfeição a todos os cenários, com uma exemplar facilidade em esquecer o antigo. Como um virar de página que já não volta atrás. Ainda no outro dia estava cheia de medos com a chegada do nosso ZM, e agora já nem me lembro da minha vida sem este bebé de sonho. Olhando para trás, e os banhos e jantares a dois já parecem fáceis demais para mim. Já fazia com uma perna às costas. Agora, já preciso dela para sobreviver a esta hora caótica, quando ainda não há rotinas fixas e rígidas, já que o Zé Maria ainda mama um bocadinho quando quer. Assim, e por muito que eu acorde a tentar planear o meu dia, às vezes sai tudo ao contrário, e não vale a pena stressar.
Com menos ou mais tempo, a vida a 5 tem-se revelado absolutamente formidável, e ainda só está a começar!


Tenho tanta, mas tanta sorte com os homens da minha vida, que às vezes até penso que é mentira!
(e ainda faltam o meu Pai e o meu irmão!)
 

terça-feira, 15 de setembro de 2015

O primeiro dia do resto da sua vida

O dia que todas as Mães temem chegou, mais uma vez, cá a casa. Confesso que estava mais angustiada que o Manel. Mais uma vez, este miúdo armou-se em forte (e não é que é mesmo muito forte?) e, mesmo sem conhecer ninguém na sua nova escola, portou-se melhor do que alguma vez poderia imaginar.
De manhã cedo estranhou a novidade, ainda cheio de sono, mas mal chegou à sala, nem queria acreditar. Tantos brinquedos por descobrir, tantas caras novas, tantas coisas boas acontecer ao mesmo tempo. O brilhozinho nos olhos do Manel é um tesouro que vou guardar comigo até ao fim da minha vida. Deixei-o bem, maravilhosamente bem, mas fui embora de coração BEM apertado. E com a alma em tom amachucado...
Contei as horas para o ir buscar e, quando lá cheguei, vi um miúdo diferente. Já não era o meu bebé...era uma criança faladora, sociável, brincalhona e prestável! Virou-se para um amigo que não parava de chorar e disse: "Não chores, vá, a Mãe está a chegar!" Desculpa? O meu bebé cresceu e não disse nada? Que é isto de sair da casca de uma só baforada? Não chorou, não bracejou, não gritou, e por mim não chamou...Se estou orgulhosa? Estou pois! Se estou feliz? Depende...sinto-me grata por estar a criar um filho para o mundo, e que aparentemente está a lidar muito bem com tudo o que o rodeia, sem grandes alarmes ou sobressaltos. Mas por outro lado...ai que eu queria que o meu bebé grande não crescesse! Ainda no outro dia nasceu, e agora já das saias da Mãe floresceu.
Um misto muito grande de emoções (é o que é). Este nosso Manel já anda por aí a partir corações. E esta Mãe não cabe em si de vaidade, mas não tem espaço para tamanha saudade. A saudade de o ter assim pequenino, nos meus braços, para toda a eternidade.
 
Seja muito feliz meu amor!
 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Avó-galinha

Há as Avós de todos os dias. Há também as Super-Avós, mais fortes e ágeis que o Super-Homem. E depois há a minha Mãe, sem palavras que a qualifiquem...
Ontem foi o seu dia. Quase a virar a página dos 60, esta Avó de outra galáxia é, sem dúvida, uma num trilião. E foi logo bater-me à porta, sorte a minha.
Se já ficava com os 2 netos a tempo inteiro, agora vai ficar com mais 2 dos seus bebés, sempre a transbordar de amor verdadeiro. Dá tudo o que tem e muito mais, sem nunca pedir nada em troca. E por muito cansada que esteja, recebe-nos sempre de coração aberto, estando sempre lá, sempre por perto.
Quando lhe contei que o Zé Maria vinha a caminho, entrou em estado de choque. O sobrinho querido estava prestes a nascer, e por isso esta Avó nem queria acreditar no que lhe estava a acontecer. Como nem sequer pôs em hipótese não tomar conta deste neto, tal como fez com os outros, viu, de repente a sua vida andar para trás....Mas foi um choque que demorou pouco tempo, logo, logo ligou o seu botão de avó-galinha audaz e...meia hora depois já estava apaixonada por este bebé, ainda que na altura nem sequer fosse um pintainho.
Todos os dias dá-me uma lição de vida: vive um dia de cada vez, tira sempre o melhor partido de tudo o que faz ou fez, sem nunca olhar para trás. Ainda ontem foi chamada de "aberração da natureza", e não podia ter tido melhor elogio. Não conheço ninguém que, chegada aos 59 anos, esteja tão fresca, tão bonita, tão leve e tão airosa como a minha Mãe. É um ramo de flores silvestres acabadas de colher. E ama-nos a todos, do fundo do seu ser, desde o momento em que nos viu nascer.
Muitos parabéns e muitos anos de vida, minha querida e adorada Mãe, e que continue sempre com essa maneira de ser forte e destemida!
 
E quando algum obstáculo entra na minha vida, penso nesta fotografia tirada nos anos da minha Mãe, há exactamente 32 anos, e nas 4 gerações de mulheres lutadoras e corajosas que me antecederam e ganho força renovada para seguir em frente, mesmo que seja a remar contra a maré de toda a gente!
 
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

O fim do tabu

Não deve haver nenhuma Mãe que não esteja a par dos benefícios da amamentação. Conhecer, todas conhecem. Depois são livres de optar. Eu fiz das tripas coração para conseguir dar de mamar. Não foi fácil, tive dores alucinantes, incertezas marcantes, e dias triunfantes. Mas aqui estou eu, já na terceira rodada, depois de essa primeira tentativa não falhada!
É claro que não critico quem não dá! Aqui sim, a escolha é da Mãe, mais do que nunca. Até porque acredito que, em muitos casos, é mesmo impossível, e não vale a pena a Mãe e o Bebé andarem a sofrer, quando a amamentação não tem de acontecer.
Agora, o contrário também tem de ser. As pessoas têm de se deixar de tabus injustificados! Com 3 filhos pequeninos, e um bebé que tem fome, às vezes, de 2 em 2 horas, mau era se não pudesse dar de mamar fora de casa. Teria de me tornar numa eremita, sem sair do casulo. Os meus filhos mais velhos precisam de apanhar ar, sair de casa, passear, e esta Mãe tem de ir atrás, porque lá bem no fundo, tudo se cria, tudo se faz.
Mas a verdade é que no outro dia, quando estava a dar de mamar numa esplanada de um café - devidamente resguardada e tapada, claro! -, reparei que duas mesas estavam a olhar para mim com ar de espanto. Por favor! Isto é um acto de amor! Não é nenhum atentado ao pudor... É certo que as pessoas em causa estavam já na casa dos 70 anos, altura em que as Mães não davam de mamar em público, mas adivinhem...os tempos mudam! As Mães de hoje em dia são mais práticas, mais flexíveis, mais facilitadoras. Porque para além de Mães também são trabalhadoras! Dentro e fora de casa! O que seria se tivéssemos deixar de sair só porque temos de dar de mamar. A vida parava. A casa ia abaixo. O nosso mundo não aguentava.
Com peso e medida tudo bate certo. Não estou a falar daquelas Mães que não se escondem e que escolhem qualquer sítio para dar de mamar. Isso também não...agora, quando nem sequer se vê o bebé, não vejo onde está a confusão.
Digam-me, há algo mais prático do que ter o leite sempre pronto, à temperatura ideal, sem ter de pensar em desinfectar biberons, ou comprar aquele bem especial? Eu não conheço e até digo mais, se pudesse, escolhia dar de mamar em exclusivo até aos 6 meses.
Quem é que não concorda? Vamos acabar com os tabus?

 
Ainda não larguei as minhas Pisamonas preferidas!



Há alguma coisa mais pura, genuína e natural do que o amor de uma Mãe?
Kaftan dos mega saldos Alice in Summerland, disponíveis no showroom mais giro da cidade


 

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Feitos de borracha

Não é novidade nenhuma que os terceiros filhos são sempre uns cristos. Mas o ZM é mesmo feito de borracha. O Manel tira-lhe as chupetas todas, de tal maneira que quando preciso já sei onde vou buscar: na cama no Pote de Mel vou todas encontrar. Os manos enchem-no de beijinhos lambuzados e abracinhos apertados, mas o que mais me enche o coração é ter a certeza que já se amam de paixão. É certo que temos de ter cuidado e não deixar o bebé de borracha sozinho com os manos, mas eu confesso que com o Sebastião, agora com 5 anos e meio, já facilito. Sei que pode não saber ainda pegar ao colo, mas tem a responsabilidade de tomar conta do ZM quando está no berço. Se o bebé chorar, o Titão vai-me chamar. Com o Manel já tenho de ter mais cuidado, mas este miúdo também não é feito de vidro. É um autêntico boneco de plástico. Ainda ontem apanhámos um enorme susto, quando eu estava a dar de mamar ao Zé Maria no jardim. O Manel empoleirou-se nas minhas costas, e sem eu ter dado por isso caiu desamparado para trás, e foi bater com a cabeça no tronco de uma árvore que tinha acabado de ser cortada. Resultado: muito sangue, um grande susto, mas um miúdo espectacular que nem uma lágrima derramou. Nem sequer quando o enfermeiro lhe estava a coser a cabeça. É claro que todos nós achamos que os nossos filhos são especiais, mas os próprios médicos e enfermeiros estavam admirados com a pacatez e a coragem deste nosso herói. Que orgulho! Que orgulho tão grande meu querido. A Mãe chorou muito mais, nem se fala!
Três rapazes é assim: a toda a hora temos cabeças rachadas, braços e pernas partidos...já devia saber o que me ia acontecer! Mas uma Mãe nunca está preparada para ver os filhos sofrer, ainda que se portem à altura.
Há quem diga que os primeiros filhos são de vidro, os segundos de plástico e os terceiros de borracha. Para mim, são os três de vidro, o meu maior tesouro. Mas na realidade acabam por ser todos de borracha. Muito mais do que imaginamos! Resistentes, corajosos, resilientes. E depois com um espírito de entreajuda, cumplicidade e telepatia únicos! Se um se magoa lá estão os outros para o que for preciso! Nem que seja para lhe meter mais juízo... E que sejam sempre assim, meus amores, meus adorados rapazes da vida airada! É oficial: sou mesmo uma Mãe afortunada.